Nenhum quadro de gestão de risco operacional está completo sem a Avaliação de Risco e Controlo Autónoma (ARCA). Esta técnica capacitadora, utilizada por funcionários de todos os níveis e em diversas organizações para identificar riscos e avaliar controlos associados e a sua eficácia, foi desenvolvida em 1987. Atualmente, ainda é considerada uma forma eficaz de fornecer garantias aos órgãos de governação e reguladores de que todos os objetivos serão cumpridos. Foram também identificados vários benefícios “mais subtis”: o pessoal obterá uma compreensão mais profunda das operações comerciais, uma maior consciencialização da gestão de risco operacional e estará melhor equipado para impulsionar um programa de governação mais rigoroso.
O documento técnico do Instituto de Risco (IOR), “Avaliação de Risco e Controlo Autónoma”, detalha como as ARCAs ajudam as organizações a priorizar exposições ao risco, identificar fraquezas e lacunas no controlo e monitorizar as ações tomadas para as abordar.
Parece haver uma linha ténue para alcançar o equilíbrio certo; uma ARCA bem executada e implementada deve ajudar a incorporar a gestão de risco operacional em toda a empresa e melhorar a cultura de risco global. Torná-la excessivamente complexa pode reforçar a noção de que a gestão de risco operacional é burocrática e orientada para a conformidade.
A orientação enfatiza que, embora ajude a avaliar as exposições ao risco operacional, as ARCAs também têm um papel a desempenhar na colocação do risco operacional em discussão e no incentivo das pessoas a falarem sobre ele. A ideia é que as organizações que discutem os riscos operacionais e a eficácia dos seus controlos associados estarão melhor posicionadas para lidar com “o que o futuro reserva” – novos riscos emergentes.
Indubitavelmente, uma ARCA eficaz ajudará a apoiar as atividades de governação corporativa e conformidade. Segundo o IOR, “Os resultados de uma ARCA fornecem garantia ao órgão de governação e aos reguladores de que uma organização possui um sistema sólido para a gestão de riscos operacionais. Da mesma forma, as ARCAs podem apoiar o trabalho de auditores internos e externos, ajudando-os a priorizar a atenção da auditoria e estruturar auditorias.”
Um benefício adicional que vale a pena mencionar é a melhoria da eficiência empresarial. Fraquezas ou lacunas nos controlos podem aumentar a probabilidade de falhas no sistema e nos processos e o impacto de eventos externos, aumentando os custos e o âmbito de perturbação. No outro extremo, “um nível excessivo de controlo pode abrandar desnecessariamente os sistemas e processos.”
Para ajudar as organizações a alcançar o equilíbrio certo, o documento técnico “Avaliação de Risco e Controlo Autónoma” estabelece informações detalhadas sobre como conceber e implementar uma ARCA que melhor se adapte à escala e complexidade das atividades e à cultura de risco de uma organização.
Desde os fundamentos da RCSA até à integração da estrutura
Os destaques dos capítulos incluem:
- Fundamentos da RCSA
“Uma abordagem totalmente abrangente não é necessariamente a melhor, especialmente se resultar numa sobrecarga de informação e exigir muito tempo e esforço para ser concluída. As RCSA só devem ser utilizadas quando acrescentam valor.”
- Conceber uma RCSA
“A maioria das organizações conceberá ARCAs de cima para baixo e de baixo para cima. A vantagem de uma abordagem de cima para baixo é que os riscos de nível estratégico podem ser cascateados para baixo e alinhados com os riscos, controlos e ações identificados nas avaliações de departamentos, divisões ou funções. Isto pode ajudar a melhorar a governação do risco operacional e garantir que as prioridades organizacionais e locais estão alinhadas.
“A vantagem de uma avaliação de baixo para cima é que os gestores locais podem concentrar-se nos riscos e controlos relevantes para a sua área.”
- Concluindo uma RSCA – Abordagens e Técnicas
“Os questionários podem ser utilizados para recolher algumas ou todas as informações necessárias para uma RCSA. Os questionários podem ser utilizados como substitutos de um workshop, para ajudar a poupar tempo e recursos. São mais eficazes quando combinados com workshops… Isto deverá reduzir a possibilidade de omissão de riscos ou controlos e ajudar a controlar os preconceitos individuais.”
- Integração de uma RCSA no Quadro de Gestão do Risco Operacional
“”Os resultados da ARCA são uma fonte valiosa de informação para o desenvolvimento de planos de ação de risco operacional. Tais planos podem incluir melhorar a eficácia dos controlos existentes, remover controlos obsoletos ou introduzir novos controlos para colmatar lacunas. As ações devem sempre ser justificadas com base na relação custo/benefício.
Na sua conclusão, o documento técnico reforça a mensagem de que os gestores de risco operacional devem ter sempre em mente que as ARCAs devem apoiar a tomada de decisões empresariais.